segunda-feira, agosto 30, 2004

Acabou

Das olimpíadas que aconteceram desde que eu nasci, a que acabou hoje foi a que mais me marcou. Na verdade das outras eu me lembro muito pouco. Em Los Angeles eu tinha dois anos e evidentemente não me lembro de nada; em Seul eu tinha seis e me lembro um pouco da cerimônia de abertura, de Aurélio Miguel e da minha catapora; de Barcelona lembro da flecha acendendo a pira e da seleção de vôlei masculino; de Atlanta lembro de Mohammed Ali acendendo a pira e da final brasileira do vôlei de praia feminino; de Sydney só me lembro da pira acendendo ao redor da atleta e subindo.
Em Atenas, a pira foi o de menos. Nos primeiros dias, algumas chances de medalha se foram, com Gustavo Kuerten saindo na primeira rodada do tênis (ao menos, perdeu para o campeão do torneio). No entanto, vieram bronzes inesperados e faltaram as medalhas esperadas de nossos judocas. A natação se despediu de Gustavo Borges. O bi-campeonato de Robert Scheidt na classe laser da vela.
Depois alguns dias de jejum, com algumas decepções no meio. Um país inteiro assistindo uma prova de ginástica artística, que não deu em nada. Uma derrota na semifinal do vôlei feminino que vai ficar engasgada por quatro anos.
Mas então vieram as finais mais esperadas. O vôlei de praia feminino ficando com a prata esperada e o masculino com o ouro esperado. O futebol feminino ficando com uma prata que devia ser ouro. Rodrigo Pessoa e Baloubet du Rouet ganhando uma prata que não era pra ser.
Então, outro bi-campeonato na vela, agora na classe star, com Torben Grael e Marcelo Ferreira. Mais do que isso, Torben se tornou o maior atleta olímpico brasileiro de todos os tempos. É pouco, quer mais? Ele é o maior atleta da vela olímpica.
Mas faltava o último dia ainda. Para começar, uma olimpíada cheia de bis, viu o vôlei masculino ganhar o segundo ouro, além manter a Itália na fila. Depois os brasileiros conheceram o taekwondo, com o quase bronze de Natália Falavigna. Para finalizar, Vanderlei Cordeiro de Lima quase leva o ouro na maratona.
E provavelmente só não ganhou por causa da estupidez de um espectador que invadiu a pista e derrubou Vanderlei no chão. Mesmo assim, ele se levantou e ganhou o bronze. Também será premiado com a medalha Barão Pierre de Coubertain pelo espírito esportivo, que apenas ele e mais um atleta em todo o mundo já ganharam.
Isso para falar apenas do Brasil...
O mundo conheceu Michael Phelps, que ganhou oito medalhas, sendo seis de ouro. Se ele fosse um país e estivesse no quadro de medalhas, chegaria em 16º lugar. No basquete, os americanos foram superados pelos argentinos na semifinal e não ganharam o ouro. Por outro lado, a Argentina ganhou ouro pela primeira vez em 52 anos.
Na verdade, os argentinos ganharam dois dos mais cobiçados ouros pelo Brasil: basquete masculino e, claro, futebol.

terça-feira, agosto 17, 2004

A não-cobertura olímpica

As olimpíadas estão aí a todo o vapor e eu ainda não escrevi uma linha sequer sobre os jogos. Não que eu não queira, ou que não esteja acompanhando. O negócio é que faltam duas coisas: tempo e inspiração.
Não é tão essencial inspiração, escrever sobre esporte é simples. O que falta mesmo é tempo, melhor, tempo em casa. Alguns podem até agradecer, assim eu não fico escrevendo todas aquelas idiotices sobre o calendário do futebol.
O negócio é que eu ando acompanhando as competições da seguinte maneira: futebol feminino na quinta-feira babando no sofá de casa, antes de sair pra aula; cerimônia de abertura sexta-feira pelo rádio, a caminho de casa; vôlei feminino numa festa; judô masculino depois da festa; futebol feminino no sábado almoçando num restaurante; handebol masculino de volta à mesa do restaurante depois de nossas visitas aos cinemas do centro de São Paulo; judô masculino logo depois de acordar no domingo de manhã, logo depois, tênis, natação, mais judô e por aí vai.
É uma pena que eu não possa dedicar às olimpíadas todo o tempo que ela merece, todo o espaço do meu blog. De repente aparece um post aqui e outro ali, como esse. Provavelmente quando aparecerem mais medalhas.
A saga começou hoje. Leandro Guilheiro ganhou a primeira medalha, de bronze, para o Brasil, no judô. Não vi todas as sete lutas, só a última. O que me deixou indignado foi a derrota que tirou o brasileiro da disputa do ouro. Pela reportagem que vi, quem não combateu foi o francês, mas Leandro é quem foi punido. Enfim, fazer o que?