domingo, abril 29, 2007

Portuguesa 1 x 0 Bandeirante - Campeonato Paulista A-2 - segunda fase - última rodada

Pela primeira vez na vida fui ao estádio assistir a um jogo do time da terra dos meus pais, o Bandeirante Esporte Clube, de Birigüi. Meses atrás, quando o time jogou ainda mais próximo de mim, contra o Nacional, não pude, pois viajei para Brasília. Desta vez, em uma partida decisiva, deu certo.

No segundo semestre tem Copa FPF, mas não tão cedo eu teria outra chance de ver o Bandeirante. Isso porque a Portuguesa já havia se garantido como campeã do grupo e se classificado para a final.

A esperança era ver o Bandeirante na primeira divisão e, quem sabe, até mesmo na Série C do Brasileiro ano que vem. Mas o BEC perdeu o jogo e a chance de se promover. Na verdade, o Bandeirante perdeu duas chances bem melhores para se classificar em outras oportunidades:

  • Um ponto a mais na primeira fase teriam colocado o time no outro grupo da segunda fase, bem mais fácil. Ao invés de enfrentar Portuguesa, Guarani e São José, o grupo teria União São João, Rio Preto e Mirassol.
  • Além disso, uma vitória na quinta rodada, contra o Guarani, em Birigüi, facilitaria tudo. Teria deixado o Bandeirante com 7 pontos, o Guarani eliminado e o São José com a obrigação de vencer em campinas.
Fora isso, o Bandeirante não jogou tão mal. Não criou muitas oportunidades de marcar, o que era necessário pois precisava vencer. Mas também não deixou a Portuguesa dominar a partida. O único erro de verdade, na minha opinião, foi a manutenção do lateral-esquerdo durante o jogo inteiro. Parecia que ele estava cansado ou jogando a primeira rodada da primeira fase. Mas fazer o que? Fica para o ano que vem.

A torcida do Bandeirante também decepcionou. Em nenhum momento a bateria parou de tocar, mas parecia bateria de jogos universitários (o futebol profissional muitas vezes anda se igualando ao amador, né?). Além disso, quase não gritava. Quando fazia era "Leão, e ô". A tradicional marchinha, que tantas vezes me proporcionou piadas futebolísticas no meio de festas, não foi cantada uma vez sequer.

Também foi meu primeiro jogo no Canindé, o que me deu chances de saber como são os jogos de mais um time pequeno. O comportamento da Leões da Fabulosa é no mínimo estranho. Eles preferem infernizar o goleiro adversário - coisa que a torcida do Juventus também faz, inclusive com o mesmo grito, mas só durante um tempo - ao invés de ver de perto o próprio time atacando. Exemplo disso foram as duas migrações, uma no começo de cada tempo, com o objetivo de ficar atrás do gol do Bandeirante.

A parte mais engraçada, no entanto, foi outra. Ainda no primeiro tempo os alto-falantes anunciam o primeiro gol do São Caetano no Morumbi. Festa em toda a arquibancada, inclusive no setor do Bandeirante. Logo em seguida os alto-falantes anunciaram o placar do campeonato português (até aqui, nada mais justo). E então:

"Benfica zero, Sporting um".

Um único grito de comemoração.

PS.: isto é o meu blog e eu não tenho a menor obrigação de ser imparcial, torço mesmo, mas ainda assim acabo sendo. Em compensação, todo o resto da imprensa deveria ser, mas não é. Concordo que todos fiquem um pouco tristes quando times tradicionais como Portuguesa e Guarani perdem seu status, inclusive eu. Até em relação ao que escrevi um pouco acima, sobre a composição dos grupos para esta fase. Todos os times que eu preferia que subissem estavam no mesmo grupo. Gostaria que o Nacional subisse ao invés de cair novamente. Mas este ano ficou claro que a imprensa queria que Portuguesa e Guarani, acima de quaisquer outros times, voltassem à primeira divisão. Pura falta de respeito com os outros times e, principalmente, profissionalismo.

O futebol e seus descendentes

Parece que o futebol nunca vai parar de ganhar variações, além do tradicional onze-contra-onze.

(Não vou nem falar sobre as variações mundo afora [que segundo a Wikipedia, apenas entre as variações do futebol "association", são 12], só o que vejo por aqui.)

A mais bem sucedida delas, é o futsal, que foi inclusive reconhecido pela FIFA e faz parte do calendário mundial. Outra modalidade bem sucedida é o futebol de areia. Tão bem, que inicialmente era jogado por veteranos, hoje nem tanto. A seleção brasileira, por exemplo, teve uma convocação que deixou de fora alguns medalhões no último mundial. Deve ter sido o trauma de não ter vencido o penúltimo.

O mais novo formato de sucesso é o "showbol", que teria um quê muito mais profissional se fosse chamado de futebol-arena (ou algo assim). Também anda sendo disputado por veteranos e não-tão-veteranos. O grande exemplo foi (atenção, foi) Maradona. O mais novo torneio criado é o Rio-São Paulo. Tudo isso com direito a transmissão ao vivo, na TV aberta e à cabo.

Nas regras, são poucas as diferenças em relação ao society, jogado em qualquer canto da cidade (a minha, São Paulo) em quadras de grama sintética. Chegou a ter algumas transmissões na TV à cabo, mas os times não são populares. Já o Rio-São Paulo conseguiu reunir os grandes clubes do eixo. Essa é a grande diferença: marketing.

Como eu já disse, Maradona jogava a modalidade. Nenhum garoto-propaganda poderia ter sido melhor. Além disso, a difusão foi toda planejada pela emissora mexicana Televisa, que registrou o formato, como se fosse um programa qualquer.

Por isso, não acho que vingue como variação do futebol. O futsal surgiu espontâneamente. O que dizer do futebol de areia então? Quem nunca jogou uma pelada na praia? Até mesmo o society, o qual a demanda de pessoas querendo fazer o joguinho semanal com os amigos fez as quadras se proliferarem. Faz tempo que não visito uma dessas. Vai ver que os jogadores de society passaram a jogar no estilo arena. Caso contrário, é isso que falta ao showbol: legitimidade.

sexta-feira, abril 27, 2007

Corinthians 0 x 2 Náutico - Copa do Brasil - oitavas-de-final - segundo jogo

O novo técnico do Corinthians, Paulo César Carpegiani, começou bem. Sendo eliminado da Copa do Brasil.

O melhor é que um resultado como esse sempre vem acompanhado de eventos excepcionais. Coisas que só o Corinthians proporciona, como transformar uma quarta-feira ruim em uma quinta-feira feliz. Mesmo que sejam episódios lamentáveis.

O Pacaembu é comprovadamente um estádio sem capacidade para conter a massa enfurecida. Não foi tão feio quanto na eliminação para o River Plate ano passado. Mas a cena do torcedor tentando pular o alambrado de volta para a arquibancada e os policiais o deixando pelado foi ótima.

Escutando rádio depois do jogo acabar, descubro que por alguma dívida aleatória, a Fazendinha pode ir à leilão. Piada pronta, né?

Para arrematar, a torcida mais simpática do mundo:

Liberdadores da América 2007 - Fase de grupos

Finalizada a fase de grupos da Libertadores, é hora de fazer o balanço dos palpites:
  • Grupo 1: apostei no Libertad e no mexicano, que no caso foi o América. Acertei até que o Banfield ficaria em terceiro;
  • Grupo 2: também acertei que se classificariam o São Paulo e o mexicano, que no caso foi o Necaxa. Aliás, o Necaxa foi o primeiro no grupo e o Audax deu um certo trabalho;
  • Grupo 3: acertei pela metade, pois o Grêmio passou e o Cerro ficou. Deu lugar ao Cúcuta;
  • Grupo 4: acertei que seria um grupo complicado, mas apostava que o Internacional passaria, o que não aconteceu;
  • Grupo 5: acertei mais uma vez, passaram Flamengo e Paraná. Errei apenas sobre o favoritismo do Flamengo, que dominou o grupo e só não venceu na estréia, quando foi aos 4 mil metros de altitude de Potosí e quase morreu sufocado (literalmente);
  • Grupo 6: se eu acertei alguma coisa aqui, foi que o Colo-Colo passou. Apostei no fracasso do Caracas, mas ele passou. E o mais impressionante, o River Plate ficou pelo caminho;
  • Grupo 7: acertei que Boca e Toluca passariam, mas não foi tão fácil quanto eu pensava;
  • Grupo 8: acertei que o Santos ia passear. Tanto que foi o único time 100% na fase de grupos. Eu também que a outra vaga ficaria com Defensor.
Já estão definidos os confrontos e o chaveamento da fase eliminatória. A Conmebol prometeu que não haveria dois times de um mesmo país na final, mas por enquanto isso é possível. As oitavas acontecem nas duas próximas quartas-feiras, 2 e 9/5.

  • Jogo 1 - Santos x Caracas-VEN: clara vantagem para o Santos, que além de ser bem melhor, decide em casa. Basta;
  • Jogo 2 - Colo-Colo-CHI x América-MEX: o Colo-Colo decide em casa, mas o América fez mais pontos na fase de grupos. Chuto, de leve, no América;
  • Jogo 3 - Necaxa-MEX x Nacional-URU: a vantagem do Necaxa é decidir em casa. Mas o grupo do Nacional era mais forte e o time uruguaio acabou surpreendendo, inclusive com bom futebol;
  • Jogo 4 - Toluca-MEX x Cúcuta-COL: o Toluca leva vantagem porque decide em casa e porque venceu um grupo mais difícil que o do Cúcuta;
  • Jogo 5 - Libertad-PAR x Paraná: jogo difícil para o Paraná, que vai decidir em Assunção, contra o Libertad, que é um bom time desde o ano passado. Infelizmente voto no Libertad;
  • Jogo 6 - Vélez Sarsfield-ARG x Boca Juniors-ARG: duelo de compatriotas, serão dois, que eliminarão pelo menos um argentino e um brasileiro. No caso dos argentinos, são apenas esses dois mesmo. Pela campanha na primeira fase, o Vélez leva alguma vantagem;
  • Jogo 7 - Grêmio x São Paulo: o outro confronto entre compatriotas na competição. E mais um contra um brasileiro na história do São Paulo, que vem se acostumando com isso em oitavas de Libertadores. Mas agora define fora de casa. O Grêmio tem o gaúcho para se preocupar, o São Paulo não. Aposto no São Paulo, claro;
  • Jogo 8 - Flamengo x Defensor-URU: o Flamengo é favorito. Desde o começo do ano o time passou a ter mais confiança e padrão de jogo. Além de decidir em casa.

quinta-feira, abril 26, 2007

São Paulo 2 x 2 Audax Italiano - Libertadores da América - 6ª rodada/ fase de grupos

"Das duas uma: ou o Muricy come o Souza, ou vice-versa" - torcedor anônimo

Claro que não chega a tanto, mas que o técnico Muricy Ramalho anda depositanto confiança demais no meia. No jogo de agora a pouco, além de aparecer pouco, protagonizou lances dignos de jogos universitários. Mais específicamente de times da Belas Artes (quem já foi a um JUCA sabe do que estou falando, ou não lembra).

Até que foi um bom primeiro tempo, do time como um todo, óbvio. O gol aconteceu cedo e as oportunidades continuaram sendo criadas. Mas, como vem acontecendo sempre, despediçadas.

A escalação com dois zagueiros e só um volante anda sobrecarregando Josué. Ok, Richarlyson é multi-tarefa e dá conta do recado na armação e no apoio à defesa. Mas ando com a impressão que é necessário garantir um pouco mais.

O ataque também tem problemas. Aloísio voltou a marcar, fez o passe para o gol de Richarlyson, jogou bem. Sim, um ataque pode jogar bem mesmo deixando a tarefa de marcar gols para outros setores do time. Mas isso não é o que Leandro anda fazendo. Marcel não teve tempo de mostar serviço quando entrou, no lugar de quem? Aloísio. Talvez a chegada de Dagoberto melhore a situação.

Essa parte é algo que deve incomodar a torcida profundamente. Ninguém duvida da competência de Muricy, mas ele anda escalando e substituindo mal. Quando Jorge Wagner estava à beira do campo e todos esperavam que tirasse Souza, sai Hugo. Que estava bem melhor que Souza (ok, isso não era tão difícil).

Triste é saber que Muricy "tem as costas bem grandes e ninguém manda ou sugere nada", nas palavras do próprio treinador. Dificilmente Muricy vai sacar Leandro em favor de Dagoberto (ou Marcel, ou Borges). Também não tira Souza para colocar Jorge Wagner (ou Lenílson, ou Fredson).

Agora o São Paulo vai pegar o Grêmio nas oitavas-de-final. Um brasileiro, como ano passado com o Palmeiras. Mas agora a decisão da vaga é fora de casa (o empate fez o São Paulo terminar como o segundo melhor segundo colocado, a liderança faria o São Paulo enfrentar alguém entre Cúcuta, Paraná e Defensor).

O Grêmio também tem problemas, não é mais o time do começo do ano, andou tropeçando. Tem também as finais do campeonato gaúcho para se preocupar. Mas seria bom que o São Paulo se garantisse no jogo de quarta-feira que vem no Morumbi.

Na minha opinião, a solução mais fácil é colocar Jorge Wagner no lugar de Souza, então ele e Richarlyson poderiam se revezar na ajuda a Josué. Ou então, com três zagueiros, ainda com Jorge Wagner no lugar de Souza, mas tendo que sacrificar, provavelmente, Hugo. E claro, Leandro fora, se possível, com Dagoberto no lugar.

sábado, abril 21, 2007

Correção

Devido às facilidades dadas pela CBF e federações, eu me confundi quando disse no post anterior quais seriam os representantes paulistas na Série C do Brasileiro.

Afirmei que eles seriam: Guarani (vindo da Série B), Ferroviária (campeã da Copa FPF 2006), Bragantino, Noroeste, Guaratinguetá e Rio Claro (melhores colocados no Paulista 2007).

No entanto, vencer a Copa FPF deu à Ferroviária uma vaga na Copa do Brasil, da qual já foi eliminada faz tempo.

Por isso, o correto é: Guarani, Bragantino (vice-campeão da Copa FPF 2006), Noroeste, Guaratinguetá, Rio Claro e Juventus (melhores colocados no Paulista 2007).

Esta constatação me deixou extremamente contente. A partir de julho o time da Mooca vai participar de pelo menos três jogos na Rua Javari, o que é ótimo. Estarei lá, espero.

quinta-feira, abril 19, 2007

Libertadores não terá bi-campeão em 2007

Flamengo e Paraná se classificaram no mesmo grupo. O Santos provavelmente vai terminar a primeira fase com 100% de aproveitamento. O São Paulo precisa de um empate na última rodada e o Grêmio depende de si mesmo para vencer no Olímpico e se classificar. O atual campeão Internacional foi o único dos seis times brasileiros que deu vexame e não se classificou para a segunda fase da Libertadores.

Logo depois do jogo Fernandão reclamou do calendário e de jogar quarta e domingo. Meu caro Fernandão. o Paraná jogou quinta e sábado, pô! Esse foi o maior absurdo das tabelas, mas ninguém deixou de disputar dois campeonatos. Nem por isso os participantes da Libertadores (exceto o Inter) ficou já na primeira fase dos estaduais.

O mesmo Fernandão disse que o ano para eles começou mais tarde e por isso demoraram a embalar. Será que ele não lembra quem era o adversário do Inter na final da Libertadores do ano passado? E que por acaso o São Paulo teve tão poucas férias e pré-temporada ano passado quanto o Inter esse ano? E que o São Paulo foi vice paulista, vice da Libertadores e campeão brasileiro?

O problema do Inter foi sentar em seu título de campeão mundial e esqueceu que a vida continua. Perdeu jogadores importantes como Rafael Sóbis, Tinga e Jorge Wagner, sim. Mas uma diretoria profissional teria substituído essas peças.

Agora, o Internacional é o atual campeão do mundo. Mas também não é, já que perdeu a chance de defender seu título precocemente. Ano que vem, pode tentar de novo. Mas antes tem que chegar bem no Brasileiro...

segunda-feira, abril 16, 2007

O novo futuro ex-técnico do Corinthians

Abel Braga e o Internacional devem ter ficado aliviados. Renato Gaúcho ainda deve estar esperando a ligação do Dualib ou de alguém desse tipo. Até quinta-feira à noite ninguém cogitava o nome dele:

Paulo César Carpegiani.

O que vai acontecer? Eu aposto que não dá em nada. Explico: não era o nome consensual na diretoria e Carpegiani não é lá um cara muito fácil de lidar. Daí, como sempre acontece no Corinthians, na primeira seqüencia de duas derrotas vão falar em crise e a diretoria vai fritá-lo.

E então, Carpegiani terá se arrependido de sair de seu "exílio" no Paraguai.

quinta-feira, abril 12, 2007

Pelo fim dos estaduais, ou quase isso (2)

Comentário adicional: vendo televisão hoje, um comentarista disse que o Campeonato Paulista precisa encolher.

Mas não dá. Como encolher um campeonato que em condições normais - isto é, todos os times disputando séries A e B nacionais estivessem na primeira divisão do estadual - os quatro classificados para a série C são aqueles que não caíram para a segunda divisão?

Hipotéticamente, vamos imaginar a situação ridícula:
  • Guarani e Portuguesa voltam para a série A-1 do Paulista em 2008;
  • Todos os times paulistas da série B pelo não caiam; e
  • Dois dos seis times do estado na série C (Guarani [rebaixado da série B em 2006], Ferroviária [campeã da Copa FPF, atualmente na série A-3], Bragantino, Noroeste, Guaratinguetá e Rio Claro [classificados pelo Paulistão, os dois últimos, recém-promovidos à série A-1] subam para a série B
Assim, abriríamos a possibilidade para que um time, ao mesmo tempo, caísse para a A-2 (no Paulista) e se classificasse para a série C (no Brasileiro). Seria ridículo ou não?

Pode até piorar. Vamos supor que o número de equipes diminuísse para 16. O Paulista da A-2 valeria, ao mesmo tempo, vagas para a série A-1 (em São Paulo) e vagas para a série C (no Brasileiro).

O ideal, como eu disse no outro texto, seria que os estaduais fossem disputados durante o ano todo. O problema é que não é em todos os lugares que há times o suficiente para acontecer isso, nem em pontos corridos de quatro turnos.

No ceará, por exemplo, a primeira divisão tem apenas 10 times. Estados com projeção até maior no futebol, como Minas Gerais e Rio de Janeiro, têm apenas 12. Paraná e Rio Grande do Sul têm campeonatos até que em certo ponto inchados, com 16 e 18 times respectivamente.

Mas. em compensação, nenhum desses estados têm problemas de classificação para a série C. Em compensação, não é coerente retirar os grandes paulistas do estadual e deixar os outros estados como é agora. Algumas medidas precisam ser tomadas para melhorar a qualidade de nossos campeonatos. Apenas encolher o Paulista, com certeza não é.

terça-feira, abril 10, 2007

Pelo fim dos estaduais, ou quase isso

Os campeonatos estaduais estão chegando ao fim. Alguns já foram decididos (como o pernambucano), outros estão na fase mata-mata enquanto outros ainda vão durar algum tempo. O Brasileiro está quase chegando. É aí eu pergunto: estaduais para que?

Ao contrário de muita gente que acha que os campeonatos estaduais não podem acabar, eu acho que são inúteis. Há quem diga que os clássicos regionais são necessários, eu acho que há como resolver sem os estaduais.

Finalmente o calendário do futebol brasileiro tomou um pouco de forma, como os europeus já têm há várias décadas. Enquanto isso não acontecia, os estaduais faziam sentido, porque não ficavam espremidos em pouco mais de três meses. Mas aí o campeonato nacional recebeu a devida importância.

Depois disso, as séries B e C também se estruturaram e, graças à situação econômica do Brasil, é o melhor que podemos ter. É por isso que os times disputando as séries A e B não precisam mais disputar estaduais. E os estaduais deveriam servir apenas de acesso à série C. Não é um absurdo que no Paulista os times que não se classificam para a série C sejam os rebaixados?

Muita coisa pode ser feita com o tempo economizado com os estaduais. Basicamente, haveria mais tempo para esticar férias, pré-temporada e os campeonatos. Aliás, tudo deveria funcionar durante o ano inteiro: Brasileiro das três divisões, Copa do Brasil, estaduais (independente do tamanho do futebol em cada estado).

Assim, quem sabe, nosso futebol não veria seus grandes times do passado afundarem cada vez mais. São Paulo não teria Guarani, Portuguesa e Santo André na segunda divisão, nem Minas o América. Também não teríamos emergentes como Barueri e São Caetano, que disputavam Brasileiros antes de chegar na A-1

Ainda teríamos os problemas com os campeonatos sul-americanos, porque é claro que a Conmebol não faria a disputa de Libertadores e Copa Sul-Americana ao mesmo tempo e durante o ano todo. Mas a CBF e federações também não vão acabar com os estaduais. Então não há com o que se preocupar.

Ah, faltou explicar o que fazer com os clássicos. Pré-temporada existe para isso, e que pré-temporada os times fariam! São Paulo? Quadrangular com os quatro grandes. Rio? Igual. Minas? Triangular com os times de BH e um convidado. Paraná? Também. Rio Grande do Sul? Gre-Nal, Juve-Nal e por aí vai. Alguém duvida que seria interessante?