quinta-feira, julho 02, 2009

Dunga não é Zagallo

Mas vamos ter que engolir.

No último domingo a selecinha conseguiu uma virada impressionante sobre os Estados Unidos e sagrou-se bicampeão da Copa das Confederações. Depois de sair perdendo por 2 a 0, no primeiro tempo, conseguiu marcar três no segundo.

Não que os Estados Unidos sejam um ótimo time. Já foram piores. E no primeiro tempo foram competentes para segurar a defesa e fazer dois ótimos contra-ataques que resultaram em gols.

No segundo tempo, o Brasil se transformou e conseguiu o que pouca gente esperava. Eu realmente não acho que Dunga foi o responsável pela mudança. Talvez tenha dado uns berros e os jogadores acordaram. Mudança tática, nem a pau.

Mas, no fim das contas, é verdade o que se diz: o time tem um padrão de jogo. Burocrático, dependente de uns lampejos de Kaká, Luís Fabiano e Daniel Alves (que deveria ser o dono da lateral-direita). Já a defesa, ainda tem falhas. Na balança, é um time confiável.

Ou seja, teremos Dunga na Copa do Mundo ano que vem. Isso porque em nenhum momento a seleção teve sua classificação nas Eliminatórias ameaçada, apesar de só agora estarmos na liderança.

Em dezembro de 1997 aconteceu coisa parecida, com Zagallo, que também era contestado e ganhou uma partida amistosa contra a África do Sul. O memorável jogo do aviãozinho e da célebre frase: "Vocês vão ter que me engolir!". No fim daquele mês, o Brasil venceria a mesma Copa das Confederações.

Na Copa do Mundo do ano seguinte, o Brasil chegou à final e perdeu para a França quando todos confiavam na vitória. Em 2005 o Brasil também ganhou esta Copa das Confederações, com um time que jogou muito um ano antes do que devia, mas que não jogou absolutamente nada durante a Copa do Mundo e a derrota para a mesma França nas quartas-de-final (ou em qualquer momento, para qualquer time) era esperada, com um Carlos Alberto Parreira frouxo na direção do time.

A seleção de hoje é muito menos badalada, mais parecida com a de 1998. E por não se iludir muito, é possível que faça uma campanha, senão melhor, mais digna na Copa do Mundo do ano que vem.

Nenhum comentário: