sábado, setembro 05, 2009

A morte do Projeto Intercâmbio

Tudo começou com uma viagem para o Rio de Janeiro e um jogo no Maracanã. Depois alguém não-corintiano disse que seria legal ir num jogo para ver o Ronaldo jogar.

Em outra parte da história, cada um defendia ferrenhamente porque assistir um jogo no estádio de seu time era mais legal que na casa do adversário.

Alguém sugeriu um intercâmbio. Palmeirenses levariam são-paulinos e corintianos no Parque Antartica; sã0-paulinos levariam corintianos e palmeirenses ao Morumbi; corintianos levariam palmeirenses e são-paulinos no Pacaembu. Tinha até brecha para o Santos.

Hoje haverá uma boa oportunidade para o pontapé inicial do projeto, mas ela não será usada. Palmeiras e Barueri jogam no Parque, com direito a reestreia de Vágner Love. Mas ela não será usada.

O que era uma boa intenção virou motivo de picuinha. Um acusa o outro de que depois da primeira partida os outros se recusariam a continuar. Quem tinha que ir no Palestra hoje dizia que não ia aguentar se o Barueri marcasse um gol.

Parece até que assistir o jogo no estádio do outro vai te deixar menos torcedor do seu próprio time. Na televisão pode e não vai fazer o mesmo efeito.

Ninguém mais vai apresentar os rituais de ver seu time em campo.

Quem sabe o Projeto Intercâmbio funcione com com jogos do Juventus ou da Portuguesa.

sábado, agosto 01, 2009

O novo rei de Roma

Um ano depois de emocionar o Brasil ao se debulhar em lágrimas no pódio, como medalha de ouro da prova de 50 metros da Olimpíada de Pequim, César Cielo provou que não era uma zebra das piscinas. Durante esta semana, ganhou duas medalhas de ouro no mundial de esportes aquáticos, em Roma, na Itália.

Quinta-feira (30), Cielo venceu a prova em que ganhou bronze em Pequim, os 100 metros, com direito a recorde mundial. Hoje (1) foi a vez de repetir a medalha de ouro, desta vez sem recorde.

Hoje temos um atleta na elite de um esporte que não é o futebol. Poucos fizeram isso, nem mesmo seus colegas de natação que um dia foram tão festejados por aqui, como Gustavo Borges ou Fernando Scherer. Recentemente, o último atleta que atingiu esse patamar foi Gustavo Kuerten, no tênis.

A torcida brasileira não pode esperar que Cielo seja um Michael Phelps, pois ele é um velocista, não é um nadador de quatro estilos. Cabe à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) aproveitar o momento em evidência e conquistar adeptos para o esporte. Coisa que a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) foi incapaz de fazer.

domingo, julho 26, 2009

Nosso antigo técnico

Depois de alguma enrolação e diversas especulações, Muricy Ramalho assinou contrato com o Palmeiras e assume o time amanhã.

Admito, vai ser estranho ver o Muricy dirigindo outro time daqui de São Paulo. Não era tão esquisito quando ele treinava o Internacional. Mas tudo bem, futebol é assim mesmo.

Assim como eu afirmei no post sobre Ricardo Gomes, eu não acho o Muricy um mau técnico, mas estava desgastado no São Paulo, talvez tenha sido melhor para os dois.

Mas não desejo boa sorte, agora ele é um rival.

quinta-feira, julho 02, 2009

Dunga não é Zagallo

Mas vamos ter que engolir.

No último domingo a selecinha conseguiu uma virada impressionante sobre os Estados Unidos e sagrou-se bicampeão da Copa das Confederações. Depois de sair perdendo por 2 a 0, no primeiro tempo, conseguiu marcar três no segundo.

Não que os Estados Unidos sejam um ótimo time. Já foram piores. E no primeiro tempo foram competentes para segurar a defesa e fazer dois ótimos contra-ataques que resultaram em gols.

No segundo tempo, o Brasil se transformou e conseguiu o que pouca gente esperava. Eu realmente não acho que Dunga foi o responsável pela mudança. Talvez tenha dado uns berros e os jogadores acordaram. Mudança tática, nem a pau.

Mas, no fim das contas, é verdade o que se diz: o time tem um padrão de jogo. Burocrático, dependente de uns lampejos de Kaká, Luís Fabiano e Daniel Alves (que deveria ser o dono da lateral-direita). Já a defesa, ainda tem falhas. Na balança, é um time confiável.

Ou seja, teremos Dunga na Copa do Mundo ano que vem. Isso porque em nenhum momento a seleção teve sua classificação nas Eliminatórias ameaçada, apesar de só agora estarmos na liderança.

Em dezembro de 1997 aconteceu coisa parecida, com Zagallo, que também era contestado e ganhou uma partida amistosa contra a África do Sul. O memorável jogo do aviãozinho e da célebre frase: "Vocês vão ter que me engolir!". No fim daquele mês, o Brasil venceria a mesma Copa das Confederações.

Na Copa do Mundo do ano seguinte, o Brasil chegou à final e perdeu para a França quando todos confiavam na vitória. Em 2005 o Brasil também ganhou esta Copa das Confederações, com um time que jogou muito um ano antes do que devia, mas que não jogou absolutamente nada durante a Copa do Mundo e a derrota para a mesma França nas quartas-de-final (ou em qualquer momento, para qualquer time) era esperada, com um Carlos Alberto Parreira frouxo na direção do time.

A seleção de hoje é muito menos badalada, mais parecida com a de 1998. E por não se iludir muito, é possível que faça uma campanha, senão melhor, mais digna na Copa do Mundo do ano que vem.

sábado, junho 20, 2009

Nosso novo técnico

Um dia depois da derrota para o Cruzeiro e a eliminação da Libertadores da América, o São Paulo demitiu seu técnico de três anos e meio e três Campeonatos Brasileiros consecutivos, Muricy Ramalho.

Não que Muricy seja um técnico ruim, muito pelo contrário. Mas não dá pra depender de um time que só engrene no segundo semestre. A relação estava desgastada, o negócio é partir para outra. O problema foi a pressa.

Milton Cruz, auxiliar técnico que comanda o time no clássico de amanhã contra o Corinthians tinha plenas condiçoes de ficar algum tempo no time, fazer um trabalho bom como fez Marcelo Rospide no Grêmio até o anúncio de um grande nome como Paulo Autuori.

Em questão de 12 horas o São Paulo demitiu Muricy e anunciou Ricardo Gomes. Definitivamente não esperava por esse nome. No carro, voltando do estádio, já especulava nomes com um amigo. Abel Braga e Dorival Júnior eram meus preferidos. O retorno de Cuca uma possibilidade, Ney Franco nem seria tão absurdo. Isso antes até da demissão.

Então a demissão é anunciada. Fala-se em um Abel, em Raí. Raí seria uma solução à Guardiola, Rijkaard, Klinsmann, mas não acho que seria uma aposta certa. Minha impressão é que Raí tá mais afim é de balada.

Então Ricardo Gomes é anunciado. Um técnico que nunca teve um grande trabalho. Que treinou times menores, como Juventude e Vitória, grandes como Fluminense e Flamengo, e até a seleção brasileira olímpica. Na França, país que os times não tem qualquer aspiração internacional, treinou Paris Saint-Germain, Bordeaux e por último o Monaco. Depois que Gomes saiu, o Bordeaux foi campeão francês (digo isso sem saber o quanto e se o elenco do Bordeaux melhorou em duas temporadas).

O negócio é que nosso novo técnico é uma aposta. Nosso elenco também precisa de um chacoalhão. O ano não deverá ser fácil.

Morumbi

Vidinha até que chata essa de ir no Maracanã domingo, no Morumbi quinta-feira... O problema foi o resultado.

O negócio é mais ou menos assim: para chegar ao Morumbi eu não me perco. Além disso, ao subir a rampa da arquibancada azul o grito de apoio ao São Paulo é muito mais emocionante. O problema foi dentro do estádio.

Chegar tarde é garantia de passar perrengue e não ver o jogo direito. O jogo já tinha até começado, inclusive. O problema da torcida do São Paulo é que se o time não age, a torcida não reage.

O São Paulo não fez jus a passar para a semi-final. O goleiro Fábio não teve sua meta ameaçada, a maior posse de bola não se traduziu em volume de jogo, em oportunidades criadas. O problema é que o São Paulo se tornou um time previsível.

Toda a superioridade são-paulina foi por água abaixo quando teve o volante Eduardo Costa expulso ainda no primeiro tempo com o segundo cartão amarelo. Precisando da vitória, Muricy Ramalho volta com Hernanes no lugar de Junior César e Dagoberto no lugar de Washington. Muricy devia sentir que sua batata estava assando, porque não costuma fazer substituições no intervalo. O problema é que elas foram feitas no desespero.

Não tenho idéia se a formação já havia sido treinada, mas parecia que não. Marlos, que foi o único q se salvou no primeiro tempo, continuou bem. Dagoberto fez o de costume: colocou velocidade no jogo, animou a torcida, driblou, perdeu bolas, chutou errado. O problema era o vazio no meio de campo.

O Cruzeiro estava na dele, prendia a bola. A marcação do São Paulo era preguiçosa. Tanto que permitiu o chute, no ângulo, de Henrique, para fazer 1 a 0 para os mineiros. Na tentativa desesperada de marcar, Muricy coloca André Lima no lugar de Zé Luís. A transição entre defesa e ataque fica ainda pior. Hernanes entrou e só errou. Jorge Wagner estava no banco. Algum cruzamento ele ia fazer melhor que Hernanes.

O São Paulo sofria com os contra-ataques, tanto que em um deles André Dias interceptou um chute com a mão, também foi expulso, Kléber marcou 2 a 0. A partir daí o São Paulo jogou como time pequeno.

Na entrevista coletiva Muricy disse que o time estava abatido após a derrota. A verdade é que estava abatido já em campo. Aliás, abatido não é a palavra certa. Preguiçosos, desmotivados, desarrumados, talvez. Se quisessem estar felizes no vestiário deveriam ter feito por onde em campo.

O acesso ao Morumbi é, realmente, uma porcaria. Depois de assistir um anti-espetáculo, mais uma hora até chegar na Francisco Morato. Chegar em casa 2h da manhã não é legal. Mas eu preferi passar todo o perrengue (que incluiu ingressos suspeitos comprados com cambista) e me dar a chance de ver o time ganhar, apesar do que parecia ser o contrário. Agora é o começo de um novo ciclo.

segunda-feira, junho 15, 2009

Maracanã

Ontem, depois de quatro dias a Liga Loser fez a última parada carioca no Maracanã. Era o primeiro jogo no maior do mundo de cinco dos sete amigos viajaram para o Rio de Janeiro. O jogo foi um chocho Fluminense 0 x 0 Grêmio. Mas o jogo não era o mais importante, o importante era o estádio.

Os sucessivos erros no caminho para o estádio estressaram, mas na hora de subir a rampa do Maraca já estava tudo certo. Longe de ter arquibancadas lotadas (público de 17 mil pessoas), mas a torcida do Flu cantou quase o tempo todo.

O momento mais impressioante foi quando a torcida descobriu Thiago Silva em um dos camarotes. Quase todo mundo correu para lá e cantou durante os 15 minutos do intervalo, em veneração ao ex-zagueiro.

O Maracanã é lindo, mas eu fui lá e não gritei gol. Valeu conhecer, mas infelizmente eu estava me sentindo vendo um jogo de um time que não é o meu (o que era a pura verdade), por mais que eu tivesse tentado me envolver com o clima. Não troco nosso Morumbi nem por dois Maracanãs.

terça-feira, junho 09, 2009

O novo emprego de Felipão

O técnico Luiz Felipe Scolari, ídolo das torcidas do Grêmio e Palmeiras e de todos os brasileiros, arrumou um novo emprego. Depois de sair escorraçado do Chelsea, que por coincidência passou a jogar maravilhosamente bem com a chegada de Guus Hiddink, Felipão ficou sem emprego.

Não por muito tempo, pois hoje foi anunciado o novo clube de Scolari, o Bunyodkor, do Uzbequistão. Esse é o time onde, atualmente, joga Rivaldo e, ano passado, do treinador Zico.

Rivaldo está em final de carreira e está ganhando dinheiro (apesar de não ter ganhado pouco por onde passou antes). Zico arrumou um time perto - quer dizer, mais perto que o Japão - da Europa. Tanto que em seguida foi para o CSKA e vai chegando cada vez mais perto e, mais importante, mostrando que é um técnico competente.

Já Felipão não precisa provar nada, já que é bicampeão da Libertadores, campeão da Copa do Mundo, levou Portugal a uma final de Euro e uma semifinal de Copa. O que aconteceu na Inglaterra, definitivamente não foi parâmetro. Dinheiro também não é problema, pois para sair do Chelsea, ganhou uma bolada de recisão contratual.

Com certeza algum clube em Portugal, Itália ou Espanha teria muita sorte em contar com Scolari. Nesses países, a tal barreira da língua não seria exatamente um problema. Nem que esses clubes não fossem exatamente de ponta, em uma temporada de bons serviços abririam outras portas. Enfim, Felipão perdeu um pouco de sua credibilidade aceitando um emprego de qualidade duvidosa.

segunda-feira, junho 08, 2009

Grand Slam

Ontem, no final da manhã (fim de tarde parisiense), Roger Federer venceu o sueco Robin Soderling, carrasco de Rafael Nadal, e conquistou o último dos quatro mais importante títulos do tênis que lhe faltava, Roland Garros. Tornou-se, assim, o sexto homem a chegar à façanha.

De quebra, chegou a 14 títulos de Grand Slam na carreira, empatando com Pete Sampras na condição de maior vencedor desta categoria de torneio. Provavelmente vai ganhar mais algum, fato. Vai ultrapassar Sampras (que nunca venceu o Grand Slam do saibro). Vai, inevitavelmente, ser coroado como melhor tenista de todos os tempos.

Não que eu seja exatamente fã de Federer (um pouco pelo contrário), mas eu tenho um certo egoísmo de querer ser testemunha da história. Era muito novo quando Sampras fez história, não lembro de quando aconteceu. Após o próximo Grand Slam que Federer vencer eu vou poder (lá pra 2040) contar para que quando eu tinhas uns 20 e tantos anos eu vi o tenista que é o maior de todos os tempos (quem sabe nao vejo o segundo), não esses manés que jogam atualmente.

sábado, junho 06, 2009

A violência das torcidas

Quarta-feira teve jogo entre Corinthians e Vasco pela semifinal da Copa do Brasil, em São Paulo. O jogo foi 0 a 0 e o Corinthians se classificou (pelo critério de gols fora de casa, o primeiro jogo foi 1 a 1), tomando sufoco do Vasco. Em Curitiba o Coxa venceu por 1 a 0, insuficiente para superar os 3 a 1 impostos pelo Internacional em Porto Alegre. A final será nos dias 17/06 e 01/07 em São Paulo e em Porto Alegre, respectivamente. Todas as minhas fichas no Inter.

Futebol à parte, dois pontos de São Paulo voltaram a virar campo de batalha naquele dia. A versão inicial de que a torcida do Vasco teria começado a briga foi contestada por um delegado (que não vou lembrar o nome) que investiga o caso: "Era para ser uma tocaia, o ônibus com corintianos estava parado parecendo vazio. Quando os vascaínos passaram foram atacados. Acabou dando errado porque os corintianos estavam em menor número", afirmou em entrevista à rádio CBN.

A pancadaria correu solta na Marginal Tietê e, depois que a torcida do Vasco entrou no estádio, com 30 minutos de jogo, os corintianos incendiaram um dos ônibus que trouxeram vascaínos do Rio de Janeiro, em plena Avenida Pacaembu. Difícil entender a necessidade disso tudo. Lamentável.